A MENTIRA (EASY A)

Fico bobo quando encontro um filme tão prático e eficiente como “A Mentira”, e isso geralmente é tão raro. Acredito que desde “Meninas Malvadas” não assisto a uma comédia adolescente com um humor tão certeiro e quase impiedoso sobre seus personagens. Mas para mim nunca um filme me provocou tamanho saudosismo da minha época de colégio quanto este, trazendo-me milhões de coisas á minha lembrança: como a vontade que não somente eu, mas todos a minha volta, tinham de serem notados, de se tornarem pessoas conhecidas e populares, de terem seus nomes como centro de alguma intriga escolar ou de algum comentário pernicioso, que apesar de degradante, ainda podia gerar fama.


No caso da protagonista de “A Mentira”, Olive Penderghast (Emma Stone)  a notoriedade vem na forma de um boato falso que incide sobre a população juvenil de seu colégio de segundo grau, primeiro acredita-se que ela tenha perdido a virgindade com um cara mais velho, um aluno de faculdade, e em seguida – e graças a ela própria – que teve uma transa selvagem e meio bêbada com Brandon, seu amigo gay, que na verdade pediu a ela que armasse a situação para que o mesmo ficasse em panos mais frios com os garotos homofóbicos da escola.

Como nem a melhor amiga de Olive lhe defende, e já que a população catequista estudantil liderada pela certinha Marianne Bryant (Amanda Bynes) está em seu encalço, chamando-a de vagabunda repugnante, piranha e rodada sempre que a vêem, Olive, inteligente como é e anciosa de uma reputação que a faça popular, decide vestir a camisa e encarnar a personagem; sua turma está estudando “A Letra Escarlate”, obra da literatura inglesa que gira em torno da condenação social de que é alvo uma mulher que dormiu com um pastor e que é obrigada a bordar um A em vermelho na própria roupa, para ser identificada como Adultera.
Nesse contexto, e oportunamente esperta – para não dizer adoravelmente sádica – Olive chega certa manhã ao colégio como a própria imagem da sedução: de calça colada, e um espartilho preto que muito acentua aquela imagem de “garota fácil”, ela trás um enorme A costurado à roupa. É uma cena sem igual, e muito bem escrita, que para muitos pode passar despercebida, e apenas engraçada, mas que mostra sem que Olive diga palavra alguma o que lhe passa pela cabeça. De cima de um óculos de sol, e com um sorriso esnobe, a protagonista na verdade é apena uma garota muito inteligente e diferente daquilo que têm a sua volta. É uma pessoa de personalidade e que veste uma couraça, não para se projetar, mas para mostrar, de fato, que é extremamente superior aquilo. E mostrar ainda como é fácil se deixar levar por estereótipos e pela boataria em geral.

Emma Stone é, atualmente, minha atriz favorita. E estou atravessando aquela fase de agonia por ela ser tão nova e ainda ter tão pouca coisa dela. Ela esteve em “Superbad – É Hoje”, “Minhas Adoráveis Ex-Namoradas” e “Zumbilandia”. Viverá Gwen Stacy na nova versão do “Homem Aranha” e ainda estará na adaptação do romance “A Resposta”, com estréia prevista para o segundo semestre de 2011. Fico no aguardo para mais trabalhos dessa atriz única e belíssima.

Um comentário:

  1. Olá Huan.... Gostei do blog... estou a seguir-te! ;)

    Abraço!

    http://www.samaradeoliveira.com

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