Elas podem não ser minhas interpretes favoritas. Seus filmes podem não ser os mais celebres ou os mais conhecidos e comentados. Mas são mulheres que possuem aquele evidente “algo mais” e que sempre injetam em suas performances certo grau de originalidade
JÉSSICA LANGE
Ainda que ela seja um pouco técnica demais, Jessica Lange é indiscutivelmente um nome a se levar em conta no quesito qualidade cênica nas ultimas duas décadas. Vinda de filmes caça níqueis no inicio de carreira, ela galgou com sabedoria a escada da experiência e atravessou a década de 80 tentando provar que era uma atriz de fato em trabalhos ótimos como “Crimes do Coração”, “Tootsie”, “Um Sonho, Uma Lenda” e “Music Box”, e chegou aos anos 90 consolidando-se como uma das damas do cinema moderno.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- King Kong
- O Show deve Continunar
- Grey Gardens
- Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas
- Estrela Solitária
- Frances
- O Destino Bate a Sua Porta
DIANE KEATON
Keaton tem um jeito todo especial de interpretar. Ela entra no personagem, mas carrega sempre para junto deles um tantinho de feminismo e inteligência, algo que beira o corriqueiro e o intimista, o frágil e o romântico, o apelo interiorano e a elegância urbana. Trabalhos inesquecíveis como “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, “Reds”, “Manhattan” e “Interiores” não podem ficar de fora da lista dos cinéfilos, bem como os mais recentes “Alguém tem que Ceder” e o hilário “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro”.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- Trilogia "O Poderoso Chefão"
- Um Misterioso Assassinato em Manhataan
- As Filhas de Marvin
Um pouco de inteligência britânica, e um porte clássico de mulher culta e frágil há uma mesma hora. Não têm como não gostar de Emma Thompson após assistir “Razão & Sensibilidade” ou “Retorno a Howards End”. É o tipo de atriz com alcance cênico, e acessibilidade impar.
- Vestigios do Dia
- Em Nome do Pai
- Muito Barulho por Nada
- Harry Potter e O prisioneiro de Azkaban
- Nanny McPhee
- Uma Lição de Vida
- Junior
-
KATHY BATES
Não se pode dizer que Kathy Bates não trabalha, pois ela trabalha, e trabalha muito. É uma atriz quase inevitável de não se ver, e ao mesmo tempo uma atriz eficiente e extremamente desvalorizada. Mas ainda sim uma grande atriz. Não há como não falar dela e deixar de mencionar “Louca Obsessão”, o trabalho que a consagrou e lhe rendeu o Oscar. Desde lá são inúmeros trabalhos de qualidade, “Titanic”, “Confissões de Schmidt”, “Tomates Verdes Fritos” dentre outros.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- Diaboliqu
- Eclipse Total
- O Mistério da Libelula
- Foi Apenas um Sonho
- Um Sonho Possivel
- O Dia em que a terra parou
- A Sete Palmos (TV)
MELISSA LEO
Está ai um daqueles casos em que a atriz passou toda ou quase toda a carreira invisível ao grande publico, e negligenciando o próprio talento. Tardou, mas Melissa Leo despontou com furor. Está impecável em “Rio Congelado” e na série “Treme” da HBO, e excelente como a mãe em “O Lutador”. Tem uma expressividade insuperável e é extremamente versátil.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- 21 Gramas
- Mildred Pierce
- Corações Perdidos
- Veronica decide Morrer
ANGELICA HOUSTON
Para a geração anos 90, ela é a fria e mórbida Morticia de “A Família Adams”, para os cinéfilos mais antigos ela é a mãe pistoleira de John Cusack em “Os Imorais”, e mais atualmente a matriarca de uma família de gênios em “Os Excêntricos Tenenbaus” e a mãe doidivanas do trio em “Viajem a Darjeeling”. Angélica carrega uma aura de inatingível, de mulher altiva e quase gélida, é perfeita para os papéis de vilã, mas também consegue ser maternal e cativante quando quer.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- A Honra do Poderoso Prizzi
- Convenção das Bruxas
- Crimes e Pecados
- As Brumas de Avalon
- Para sempre Cinderela
- Inimigos, Uma História de Amor
FRANCES McDORMAND
Em retrospecto a carreira de Frances sempre andou de braços dados com a carreira do seu marido Joel Coen, e isso lhe trouxe muito da solidez que precisava, já que é uma atriz de recursos amplos, porém pouco valorizados. Elétrica, observadora e compreensiva, é uma interprete de gestos e de performances sempre muito ligados ao humor negro, sardônico, um humor difícil e instintivo. É difícil gostar de Frances McDormand, mas quase impossível deixar de fazê-lo já que ela personifica tudo que há de mais banal e ao mesmo tempo extraordinário em um ser humano. Eu a amo em “Quase Famosos”, “Amigas com Dinheiro” e “Fargo”.
PRINCIPAIS TRABALHOS:
- Queime depois de Ler
- Alguem tem que Ceder
- Mississipi em Chamas
- As Duas Faces de um Crime
- Terra Fria
CATHERINE KEENER
Não consigo esquecer o trabalho de Keener em “Um Crime Americano”. Oco, imoral, frio e violentíssimo, um vulcão de desequilíbrio e ódio embutido. Se fosse um filme para o cinema renderia no mínimo uma indicação ao Oscar. Mas como nos Estados Unidos atuar significa se dividir entre diferentes ramos de interpretação, o trabalho dela rendeu apenas indicações ao Globo de Ouro e ao Emmy. Catherine já fez muita coisa boa: “Quero ser John Malkovich”, “Capote”, “Na Natureza Selvagem” e mais recentemente foi à mãe do personagem titulo em “Percy Jackson e o Ladrão de Raios”. É uma atriz especialista em tipos cínicos ou ambíguos. Ótima.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- O Virgem de 40 Anos
- O Solista
- Simone
- O Mundo de Jack e Rose
MARY STEENBURGEN
Você já a viu, só não lembra onde. É aquele típico caso de atriz que se acostumou aos papeis de coadjuvante. Nos últimos tempos ela esteve em todas, de “A Proposta” até “Surpresas do Amor”. Mas já teve muitos momentos bons, como a advogada repelente de “Filadélfia”. É típica das comedias despretensiosas, mas possui um talento genuíno para papeis de intelectual arrogante
PRINCIPAIS TRABALHOS
- Na Época do Ragtime
- O Tiro que Não saiu pela Culatra
- De volta para o futuro III
LAURA LINNEY
Não há atriz tão polivalente atualmente quanto Laura Linney. Ela consegue ser indicada ao Emmy, ao Oscar e ao Tony em um espaço de dois anos. Consegue se mostrar negligente e frívola em um filme bobinho como “Diário de uma Babá” e tremendamente complexa em outro como “Família Savage”, consegue representar com perfeição um vulto histórico americano como Abigail Adams em “John Adams”, minissérie da HBO e uma mulher cancerosa de meia idade na ótima série “The Big C”. E Dá-lhe coisa boa: “Sobre Meninos e Lobos”, “O Amante”, “Kinsey”, “Simplesmente Amor”. Isso é que é ser atriz.
PRINCIPAIS TRABALHOS
- Congo
- As Duas Faces de um Crime
- O Show de Truman
- A Vida de David Gale
- A Lula e a Baleia
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